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IAF da Índia diz que a Rússia não pode atender às entregas de armas da Índia devido à guerra na Ucrânia

Sep 15, 2023Sep 15, 2023

A Rússia é incapaz de honrar seus compromissos de entrega de armas à Índia por causa da guerra na Ucrânia, disse a Força Aérea Indiana (IAF), colocando uma tensão potencial no relacionamento de Nova Délhi com seu maior fornecedor de defesa, enquanto Moscou tenta aumentar a produção de armas.

Um representante da IAF disse a um comitê parlamentar indiano que, devido à guerra na Ucrânia, uma "entrega importante" de Moscou "não acontecerá".

A admissão, publicada em um relatório da câmara baixa do parlamento da Índia na terça-feira, é a primeira confirmação oficial das autoridades indianas em meio a rumores e reportagens na mídia local sugerindo deficiências na capacidade russa.

"Eles nos deram por escrito que não podem entregá-lo", disse o representante, segundo o relatório.

A CNN entrou em contato com a Embaixada da Rússia em Nova Delhi, mas não recebeu uma resposta no momento da publicação.

O relatório não mencionou os detalhes da entrega.

A maior entrega em andamento são as unidades do sistema de defesa aérea S-400 Triumf que a Índia comprou em 2018 por US$ 5,4 bilhões. Três desses sistemas foram entregues e mais dois são aguardados, informou a Reuters.

A IAF também depende da Rússia para obter peças sobressalentes para seus caças Su-30MKI e MiG-29, o esteio do ramo de serviços, segundo a Reuters.

A Rússia é o segundo maior exportador de armas do mundo, de acordo com o Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI).

No início deste mês, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou um esforço em larga escala para aumentar a capacidade de produzir mais armas para a guerra em um movimento que ele disse ser "necessário com urgência".

A ordem de Putin também se seguiu a repetidas reclamações do chefe de Wagner, Yevgeny Prigozhin, de que seus mercenários não estavam recebendo munições suficientes em sua batalha prolongada pela cidade oriental de Bakhmut.

Nova Délhi tem fortes laços com Moscou desde a Guerra Fria e continua fortemente dependente do Kremlin para obter seu equipamento militar – um elo vital, dadas as tensões contínuas ao longo da fronteira compartilhada da Índia no Himalaia com uma China cada vez mais assertiva.

A admissão pela IAF é "muito séria", de acordo com Harsh V. Pant, vice-presidente de estudos e política externa da Think Thank Observer Research Foundation, com sede em Nova Delhi.

"Acho que isso ressalta os problemas que (a Índia) tem atormentado esse relacionamento há algum tempo", acrescentou. "E a crise na Ucrânia acelerou a tendência de que a Índia, por muito tempo, vem tentando diversificar e estava preocupada com sua dependência excessiva da Rússia."

Um relatório do SIPRI publicado este mês disse que a Rússia continua sendo o maior fornecedor de armas da Índia, apesar de uma queda nas importações de defesa de 62% para 45% entre 2017 e 2022.

Especialistas sugeriram que a queda pode ser porque a Índia está procurando diversificar suas importações e empurrar mais equipamentos domésticos.

Em setembro passado, um funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse que Washington estava em negociações "profundas" com a Índia sobre sua dependência de armas e energia russas.

A Rússia "não é mais um fornecedor confiável de armas" e os representantes indianos estão "começando a entender que pode haver benefícios reais para eles (ao encontrar outros mercados)", disse o funcionário a repórteres em Nova York.

Grande teste para a diplomacia indiana enquanto ministros americanos, chineses e russos se reúnem em Delhi

Desde o início da guerra na Ucrânia, a Índia, a maior democracia do mundo, navegou cuidadosamente por um caminho intermediário.

Nova Delhi se recusou a condenar o ataque brutal de Moscou em várias resoluções das Nações Unidas. E, em vez de cortar os laços econômicos com o Kremlin, a Índia minou as sanções ocidentais ao aumentar suas compras de petróleo, carvão e fertilizantes russos.

A Índia também manteve laços estreitos com o Ocidente – particularmente os Estados Unidos – enquanto trabalha para impedir a ascensão da China.